- Entrevista: NASF e o terapeuta ocupacional
Paula Agnolin, terapeuta ocupacional:O NASF é constituído por profissionais de diferentes áreas de conhecimento. O terapeuta ocupacional bem como toda a equipe atua de forma conjunta com a Estratégia Saúde da Família, compartilhando saberes e propondo alternativas e soluções. É parte do processo de matriciamento, que propõe o suporte assistencial (produção clínica direta com os usuários em todos os níveis de atenção) e suporte técnico-pedagógico (produção do apoio educativo com e para a equipe).
2) ABRATO-SC: Trabalhando em equipe interdisciplinar, destaque quais são as ações que diferenciam o terapeuta ocupacional dos demais profissionais que atuam no NASF?
Paula Agnolin, terapeuta ocupacional: Destaco as seguintes entre muitas outras:
- Atividades de educação em saúde, individual e em grupo, estimulando o auto-cuidado e AVDs: minimizando riscos à saúde. Ex.: teste de memória e teste de nível de estresse;
- Ações de educação em saúde para a prevenção de lesões e cuidados a grupos populacionais específicos;
- Construção de espaços coletivos para as atividades lúdicas, intervenções ergonômicas, técnicas de relaxamento;
- Desenvolver práticas de atividades da vida diária relacionada à promoção de hábitos alimentares saudáveis. Ex: prevenção da obesidade infantil e desnutrição do idoso;
- Orientações quanto ao uso de Tecnologia Assistiva nas adaptações necessárias à alimentação, vestuário e outras;
- Atividades de educação em saúde, prevenção e minimização de traumas e violência doméstica, ocupacionais e de lazer;
- Orientações a portadores de necessidades especiais, familiares e/ou cuidadores;
- Treinamentos de AVD, Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) e Tecnologia Assistiva;
- Visitas para a identificação e orientação quanto à necessidade de adaptações domiciliares;
- Reinserção social, escolar e ocupacional;
- Desenvolver ações de estimulação essencial em crianças identificadas com problemas neuropsicomotores;
- Implementar ações intersetoriais de atenção integral a crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e distúrbios de comportamento;
- Orientações quanto ao planejamento familiar, prevenção de ST/AIDS, cuidados pessoais;
- Realização de atividades terapêuticas integradas e intersetorializados que promovam a valorização da mulher;
- Monitorar a situação epidemiológica local, identificando agravos prioritários e formas de intervenção coletiva subsidiando o planejamento de ações das equipes de saúde da família, a atenção à saúde da mulher;
- Desenvolvimento de atividades laborais com mulheres, em situação de exclusão social, estimulando aprendizagem de novos ofícios e possibilitando a reinserção econômica e social;
- Orientações a pessoas com transtornos mentais, familiares e cuidadores;
- Atuar de forma integrada com as equipes multiprofissionais dos Centros de Atenção Psicossocial, promovendo a reinserção social, escolar e ocupacional;
- Ações integradas visando à redução de riscos. Ex. usuários de drogas e álcool, drogas, tabaco;
- Fomentar a constituição de espaços de reabilitação psicossocial. Ex. oficinas terapêuticas comunitárias;
- Desenvolver ações integradas e intersetoriais que minimizem a exclusão a indiferença, estimulação a participação e a cidadania.
Paula Agnolin, terapeuta ocupacional: O profissional terapeuta ocupacional ainda é desconhecido. Não é incomum ouvir solicitações para explicar do que de fato trata a Terapia Ocupacional. Embora ainda não saibam associar as ações ao profissional em Terapia Ocupacional, as intervenções são bem aceitas e compreendidas. Os encaminhamentos ainda são incomuns, o que tem gerado a necessidade de apresentar, principalmente às Unidades de Saúde o que é Terapia Ocupacional e qual seu papel no âmbito da atenção básica. Não se pode deixar de acrescentar sobre a dificuldade em atuar em equipes multiprofissionais, sem antes a devida explicação acerca da ciência Terapia Ocupacional.
* Paula Agnolin, terapeuta ocupacional: Graduação ACE/2006, Especialização (Latu Sensu) em Saúde Mental (Curitiba/PR) 06/07. Formação em Terapia Familiar Sistêmica – Terapia de Família e Casal – Março/08 a Janeiro/ 2011. Formação em Psicoterapia Corporal (em andamento). Experiência anterior: Coordenadora e terapeuta ocupacional do Centro de Atenção Psicossocial I – Concórdia/SC. Período: 2006-2010. Experiência atual: Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF – Criciúma/SC.
ATUALIZANDO
- Política Nacional de Atenção Básica - Portaria MS No 2488/2011
NASF 1 e 2: composição seguira as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações-CBO:
Fonte: Diário Oficial da União de 24/OUT/2011 e http://www.coffito.org.br/
- CURIOSIDADE: Municípios de Santa Catarina que possuem NASF
Municípios - 293
Área - 95,4 mil km²
SC: tem menos de 10% de NASF (CREFITO-10)
Fonte: www.crefito10.org.br e http://portalsaude.saude.gov.br
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