domingo, 3 de novembro de 2013

A COMPETÊNCIA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA UTILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE EQUOTERAPIA

De acordo com a Federation Riding of Disabled International - FRDI define-se equoterapia como:

It is widely recognised that the interaction between people and horses has a powerful and varied benefit. The benefits are physical, occupational, mental, emotional and intellectual. Horses complement the work of many practioners, Physiotherapists, OT’s, Speech Therapist’s, Educationalist’s and Psychotherapists among others, use equine
facilitated activity to enhance their work.

Para a American Hippoterapy Association - AHA:

Hippotherapy is a physical, occupational (grifo nosso), and speech-language therapy treatment strategy that utilizes equine movement as part of an integrated intervention program to achieve functional outcomes.

Já a Associação Nacional de Equoterapia – ANDE do Brasil, diz que Equoterapia:

É um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.
Desta forma, a equoterapia é uma estratégia de reabilitação multiprofissional, utilizada para complementar, apoiar e potencializar programas de diversas competências profissionais.

Claramente compreende-se a equoterapia como uma estratégia que dimensiona competências Ocupacionais, e por tanto um domínio privativo do terapeuta ocupacional.

A Terapia Ocupacional sendo uma área de domínio da Ocupação Humana visa o desempenho nas Atividades de Vida Diária e a Participação Social, utilizando-se de avaliações, atividades, tecnologias, abordagens e modelos para a emancipação e autonomia nas áreas de autocuidado, produtividade e lazer.

Segundo a AHA é um equivoco definir que equoterapia é um campo profissional, assim como uma categoria profissional, como “equoterapeuta”. Para a Associação quem faz equoterapia são profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos que a utilizam como estratégia para suas abordagens terapêuticas.

A AHA define que o terapeuta ocupacional é competente para utilizar a estratégia de equoterapia, pois the occupational therapist is able to combine the effects of the equine movement with other standard intervention strategies for working on fine motor control, sensory integration, feeding skills, attentional skills, and functional daily living skills in a progressively challenging manner.

Assim, retomando a definição da AHA e FRDI evidencia-se no cenário internacional que o terapeuta ocupacional é um profissional necessário e essencial para compor equipes e programas de reabilitação que façam uso da estratégia de equoterapia, pois o terapeuta ocupacional possui exclusiva competência de otimizar o desempenho ocupacional de pessoas em suas atividades de vida diária, assim como competência única na utilização de Abordagem de Integração Sensorial, o que cientificamente é demonstrado com o uso de equoterapia para os ganhos ocupacionais dos clientes em atenção terapêutica ocupacional.

Para Carvalho e Oliveira (2009), em estudo de revisão identificam que terapeutas ocupacionais associam abordagens de Integração Sensorial á estratégia de equoterapia para otimizar ganhos no desempenho ocupacional de crianças, jovens e adultos com deficiências e com desordens na integração sensorial que apresentem limitações para executar suas atividades de vida diária e restrições na participação social.

Tal abordagem de Integração Sensorial, de acordo com Ayres (1989, apud MAGALHÃES, 1997), é a habilidade de organizar informações sensoriais para o uso, respondendo adaptativamente às demandas do ambiente. É o processo pelo qual o Sistema Nervoso Central (SNC) registra, orienta e processa estímulos sensoriais.

“O treino de componentes e habilidades de desempenho dos praticantes de equoterapia são realizados pelo terapeuta ocupacional” (CARVALHO E OLIVEIRA, 2009, p.108) o profissional treina habilidades motoras e práxicas, percepto-sensoriais, emocionais, cognitivas e sociais para as atividades de vida diária, assim como o próprio treino de atividades de autocuidado e lazer do praticante sobre e com o cavalo.

Dessa forma, a resolução n°348 de 27 de março de 2008 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, reconheceu a equoterapia como recurso cinético-ocupacional sustentada pela Classificação Internacional de Incapacidade e Funcionalidade em Saúde – CIF.
De acordo com Prestes e Tonus (2010), frente ao desenvolvimento de novas evidências nacionais e internacionais na Terapia Ocupacional sobre o uso da estratégia de equoterapia, esta foi incorporada aos currículos de formação superior.
No entanto, negligenciar ofertas de cuidados terapêuticos ocupacionais para melhorar e otimizar o desempenho ocupacional de indivíduos, que possuem possibilidades em beneficiar-se do uso da estratégia de equoterapia, demonstra ser desserviço e privação de garantias de direitos à população brasileira no que tange a saúde e o social.

Referências

Federation Riding Disabled International.
http://www.frdi.net/EAA.html, acessado em 24/10/2013.

American Hippoterapy Association.
http://www.americanhippotherapyassociation.org/hippotherapy/hippotherapy-as-atreatment-
strategy/, acessado em 24/10/2013.

Associação Nacional de Equoterapia
http://www.equoterapia.org.br/site/equoterapia.php, acessado em 24/10/2013.

CARVALHO, R, M. OLIVEIRA, F, N, G. A Intervenção da Terapia Ocupacional na
Equoterapia. Rev. Científica ESAMAZ, Amazonas, v.1n, 1 jul/dez, 2009.

MAGALHÃES, L. C. A terapia de integração sensorial: teoria e prática. Curso de
extensão – Universidade Federal de Pernambuco, 1997.

PRESTES,D, B. TONUS, D. Terapia Ocupacional em Equoterapia: uma proposta de disciplina para o curso de terapia ocupacional do centro universitário franciscano – unifra. Rev. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v.18, 2010.

DOCUMENTO PRODUZIDO PELAS ASSOCIAÇÕES DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS:

World Federation of Occupational Therapists - WFOT
Confederação Latina Americana de Terapia Ocupacional – Clato
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais – Abrato
Associação dos terapeutas ocupacionais do Estado do Rio de Janeiro – ATOERJ
Associação dos terapeutas ocupacionais do Estado de São Paulo– ATOESP
Associação cearense dos terapeutas ocupacionais – ACTO
Associação cultural dos terapeutas ocupacionais do Estado do Paraná – ACTOEP
Associação cultural dos terapeutas ocupacionais do Estado do Mato Grosso do Sul – ACTOEMS
Associação dos terapeutas ocupacionais de Alagoas – ATOAL
Associação dos terapeutas ocupacionais do Distrito Federal- ATODF
Associação dos terapeutas ocupacionais do Rio Grande do Norte – ATORN
Associação dos terapeutas ocupacionais do Rio Grande do Sul- ATORGS
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Bahia – Abrato-BA
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Espírito Santo- Abrato-ES
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Pará – Abrato-PA
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Pernambuco – Abrato-PE
Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Piauí – Abrato-PI

Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, Regional Santa Catarina – Abrato-SC


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